PARÁBOLA DOS TRABALHADORES E DAS DIVERSAS HORAS DE TRABALHO

09-04-2013 21:04

 

Parábola dos Trabalhadores e das Diversas Horas de Trabalho.

 

Para os judeus da época de Cristo, houve uma aceitação  utilitária à religião. Ao cumprir qualquer ritual, eles esperavam uma recompensa por parte de Deus em forma de bens materiais. O contato vivo com Deus e o renascimento espiritual não eram as bases de suas vidas espirituais.

Nesta parábola, Cristo trata da incorreção desta abordagem utilitária à religião. O homem faz tão pouco para alcançar sua salvação, que nem se deve falar de recompensas por merecimento. Como exemplo, Cristo contou-nos dos trabalhadores que receberam uma recompensa sem ser por seu trabalho.

“Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha”. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça. E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros até os primeiros.

E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um. Vindo, porém os primeiros cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um. E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família. Dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo: não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Assim “os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mateus 20:1-16).

Para os judeus, a primeira hora correspondia às nossas seis horas da manhã, e a undécima hora  correspondia a nossas cinco horas da tarde. Ao fazer o acerto de contas com os trabalhadores, o dono da vinha não deu uma quantia a mais para aqueles que trabalharam desde as primeiras horas da manhã, mas sim pagou a todos a mesma quantia combinada. Aqueles que chegaram antes receberam de acordo com a soma combinada, já os que chegaram mais tarde receberam a mesma soma, pela bondade do dono. Com esta parábola, Cristo ensina-nos que tanto a bem-aventurança de Deus como a vida eterna são ofertadas ao homem, não como resultado de algum cálculo matemático de suas obras ou pelo tempo de sua permanência numa igreja, e sim pela misericórdia de Deus. Os judeus imaginavam que, por serem os primeiros membros do Reino do messias, deveriam receber uma recompensa maior em comparação aos cristãos de origem não judia, que se juntaram mais tarde a este Reino. Mas, a medida da justiça de Deus é bem diferente. Em sua balança, a sinceridade, a devoção, o amor puro e a temperança são mais valiosos do que a parte externa e formal das obras humanas. O ladrão, ao arrepender-se sinceramente na cruz, e acreditar de todo o coração no Cristo torturado, foi digno de receber o Reino de Deus em termos de igualdade com outros fiéis, que serviam a Deus desde a sua infância. Deus tem misericórdia de todos nós por Seu Único Filho, e não por nossos méritos.                                                                       

João Carlos de Almeida

 

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