PARÁBOLA DO MORDOMO INFIEL

09-04-2013 20:58

 

Parábola do Mordomo Infiel.

 

Esta parábola mostra um exemplo de engenhosidade planejada. Com a leitura inicial desta parábola temos a impressão de que o senhor elogiou o mordomo por seu ato desonesto. Entretanto, Jesus contou esta parábola com o objetivo de obrigar-nos a analisar o seu sentido mais profundo. Encontrando-se numa situação desesperadora e irreparável, o mordomo manifestou uma genial inventividade ao adquirir protetores, garantindo assim seu futuro.

"Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens. E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás mais ser meu mordomo. E o mordomo disse consigo: Que farei, pois o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas. E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor? E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e, assentando-te já, escreve cinqüenta. Disse depois a outro: E tu quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e, escreve oitenta. E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos" (Lucas 16:1-9).

Nesta parábola, o rico senhor representa Deus, já o mordomo "esbanjador de riquezas" seria o homem, que gasta despreocupadamente as riquezas obtidas de Deus. Muitas pessoas, diferente do mordomo infiel, desperdiçam irresponsavelmente as riquezas divinas como a saúde, o tempo e os dotes naturais, em coisas fúteis e até pecaminosas. Mas, chegará um momento em que todos não teremos mais essas riquezas e seremos desapossados dessa mordomia e então teremos que prestar contas diante de Deus pelos bens materiais e pelas oportunidades a nós confiadas, assim como o mordomo teve que prestar contas diante de seu senhor. O mordomo infiel, sabendo que seria demitido da mordomia, cuidou antecipadamente de seu futuro. A Sua engenhosidade e capacidade de garantir o seu futuro vem a ser um exemplo digno de ser imitado.

Quando a pessoa submete-se ao julgamento de Deus, percebe que não será julgado pelos bens que possui, mas somente pelas boas obras por ela realizadas que tem real importância. Os bens materiais, segundo a parábola são uma "riqueza iníqua”, pois o homem, ao acostumar-se a elas, torna-se ganancioso e insensível. A riqueza freqüentemente torna-se um ídolo, ao qual o homem serve com devoção. O homem freqüentemente confia mais na riqueza do que em Deus. “Eis o motivo de Cristo ter chamado a riqueza terrena de Mammon” Mammon era uma divindade síria antiga, protetora das riquezas.

Agora, pensemos em nossa relação aos bens materiais. Consideramos muitas coisas como sendo de nossa propriedade, utilizando-as somente para nosso capricho e comodidade. No entanto, todos os bens materiais de fato pertencem a Deus. Ele é dono e Senhor de tudo, e nós somos seus encarregados temporais, ou conforme a parábola diz: "mordomos." Portanto, repartir os bens de outros, ou seja, os bens de Deus, com os necessitados não vem a ser uma infração à lei, como no caso do mordomo, mas, pelo contrário, é a nossa obrigação. Dentro deste enfoque, devemos compreender a moral da parábola: "Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos,", ou seja, os necessitados que hoje ajudamos, encontraremos na vida futura, como protetores e defensores. Porque o bem que fizemos a eles serão vistos por Deus e imputados como justiça.

Na parábola do mordomo infiel, Deus ensina-nos a manifestar a engenhosidade, o espírito inventivo e a constância nas obras misericordiosas. Mas, como Jesus ressaltou nesta parábola, "os filhos deste mundo, ou seja: os gentios são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz, os crentes conhecedores do evangelho, isso quer dizer que é muito freqüente essas ações não serem manifestadas na vida de muitas pessoas que são crentes.                                                                                                                                       

 

João Carlos de Almeida

 

Voltar

Pesquisar no site

© 2013 Todos os direitos reservados.